sábado, 8 de agosto de 2009

J. Borges, o alquimista da madeira


Essa imagem aí é uma xilogravura de José Francisco Borges (J. Borges) que ele intitulou de Lua de mel de matuto. Ilustrador de inúmeros cordéis, alguns de sua própria autoria, essa xilo é a que eu mais gosto das que ele fez. Dá pra perceber todo o cuidado dedicado à representação pretendida através, por exemplo, dos detalhes delicados do sutien pendurado na árvore ou a beleza do casal nu se amando, imagem que só se realiza na nossa imaginação, já que a cena em si ocorre implicitamente atrás do burrico. Há outros detalhes, como as folhas da árvore num efeito lindíssimo e a serpente remetendo ao pecado original, o que particularmente me remete, na verdade, ao amor original. Graças ao Acaso (com letra maiúscula por se tratar ao meu ver de uma entidade divina e provedora), na sexta tropecei e caí de cara numa exposição do J. Borges na Caixa Cultural. Bem simples e bem precisa, ou seja, uma exposição de muito bom gosto e esclarecedora de uma linha cultural pouco contemplada. Pena terminar no dia 09/08 (segunda). Abaixo, outras xilos presentes na exposição:

Serviço:
CAIXA Cultural Rio [Unidade Almirante Barroso]
Avenida Almirante Barroso, 25 - Centro
(21) 2544-4080
De 3ª a 6ª feira, das 10h às 22h; Sábado, domingo e feriado, das 10h às 21h
Entrada franca.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Devagar com a louça


Já há algum tempo que entre o Leo Moura e a torcida do Flamengo existe um certo climão. Isso ficou mais claro principalmente nos últimos dois jogos (respectivamente contra o Atlético mineiro e o Náutico) em que fez um gol em cada jogo e comemorou num tom de desabafo, chegando à ofensa quando marcou o gol de empate no jogo com o Náutico. É... Leo Mora não começou ontem no futebol, e sabe que uma boa parte da torcida gosta mesmo de vaiar jogador que não apresenta o rendimento esperado dentro de campo; algo que só se justificaria quando fica evidente que o jogador faz corpo mole e não mostra vontade em jogar (o que não acredito ser o caso do lateral). Mas tem torcedor que é assim mesmo e isso vai sempre existir, reclamam mais que apoiam. Mas se virar pra torcida ofendendo aos palavrões e cheio de gestos expansivos é generalizar, colocando no mesmo balaio aqueles que apenas ficam apreensivos e esperançosos em ver o eficiente futebol do camisa 2 voltar a servir a nação rubro-negra.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os pop stars da arte

Não sei absolutamente nada sobre arte plástica, apenas conheço a capacidade que uma boa obra possui de nos tocar. Acho bonito mesmo, sabe! Descobri essa capacidade ao me deparar com uma obra de um tal surrealista Giorgio De Chirico há muito tempo atrás numa exposição no CCBB. Tem algumas telas que provocam a gente de alguma maneira intensa. A partir daí surgiu em mim algum interesse pelo assunto.
Foi então que fiquei sabendo que a cidade (Rio de Janeiro) receberia a exposição Jazz do artista Henri Matisse no museu Chácara do Céu. Putz! Pra mim é como se ficasse sabendo que a turnê do Guns N' Roses viria ao Brasil para fazer um show no Rio. Não que eu seja fã dessa banda, ou que ela está na minha lista das 10 mais, mas não posso negar sua importância e que Sweet Child O' Mine e Welcome to the Jungle são boas músicas; a ideia aqui é comparar o grau de oportunidade que é a presença de uma exposição de um artista tão renomado quanto Matisse.
Pra completar, o CCBB no final do mês de junho abriu uma exposição intitulada Virada Russa, com artistas russos ligados à vanguarda do início do século XX, dentre eles o Kandinsky. E esse, meus queridos, é pra mim o Michael Jackson da arte abstrata. Mas tem também obras de Chagall, Maliévitch, Goncharova, entre outros.
Eu visitei as duas exposições e realmente valem muito a pena. Tudo praticamente 0800.

O serviço:

HENRI MATISSE no Museu Chácara do Céu, todos os dias exceto terças, das 12h às 17h. R$2, mas quartas-feiras grátis. Até 30/08.


(O palhaço; coleção Jazz de Henri Matisse)




VIRADA RUSSA no CCBB de terça a domingo, das 9h às 21h, 1º andar. Grátis todos os dias. Até 23/08.

(São Jorge; Wassily Kandinsky)



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Será que roubaram a minha ideia?

Há um tempo atrás, ouvindo uma música da Legião Urbana, me peguei pensando o seguinte: por que cargas d’água ninguém fez ainda nenhum filme baseado na música Faroeste Caboclo?!
Pô!, me parece óbvio, já que a narrativa presente na música imprime claramente as cenas da vida errante de João de Santo Cristo ao passo que ouvimos as suas aventuras épicas. Cheguei a compartilhar a minha indignação pela ausência desse registro cinematográfico com uma amiga que soltou o decisivo apoio: “puxa, é mesmo!”. Me senti o descobridor de uma terra já conhecida,mas nunca antes visitada.
Puro engano meu achar que era exclusividade minha pensar em fazer um filme de uma música tão naturalmente dramática como essa que Renato Russo escreveu. No último domingo, assistindo ao programa Conexão Roberto D’ávila com o entrevistado Paulo Lins, descobri que o mesmo já vem escrevendo o roteiro de Faroeste Caboclo – a trajetória de João de Santo Cristo, um filme de René Sampaio, com atuações de Lázaro Ramos, Wagner Moura e Leandra Leal. Agora é esperar e ver como vai ficar.