segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Minha maior paixão

Não é apenas um clube que visa ser campeão depois de 17 anos de jejum, mas sim uma nação que assistiu durante essa temporada de 2009 uma equipe ser assumida por um técnico que deu ao Flamengo quatro títulos como jogador e que sem nenhuma temeridade dedicou emocionado uma das vitórias do seu time a um antigo companheiro recém falecido, Zé Carlos, goleiro do Flamengo (uma amostra de humanidade pouco vista no meio); é um time que acolheu um jogador desiludido que tinha tomado a decisão de parar de jogar bola e hoje, sorrindo e feliz, é o artilheiro do campeonato; é um time que recebeu de volta por motivos financeiros, isto é, a fim de sanar uma dívida, o jogador sérvio mais carioca que o Zé Carioca, que estava sem jogar absolutamente nada nos times pelos quais passou antes de chegar à Gávea, mas hoje, como por encanto, corre o risco de ser o craque do Brasileirão; não é simplesmente um título... é, na verdade, uma maneira de coroar uma equipe que jogou com o coração, coroar jogadores que não são nem mesmo 1% profissionais, pois só sabem entrar em campo por paixão. É simplesmente registrar a história lendária que foi o time rubro-negro em 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

A camada do pré-sal

Retirar um volume tão grande de petróleo numa camada tão subterrânea — algo sem nenhum precedente nem ao menos parecido — não pode afetar nosso ecossistema e fazer com que o Brasil comece a conviver, por exemplo, com terremotos???

sábado, 17 de outubro de 2009

O importante é competir

Ele é o sucessor de Ayrton Senna. Depois da morte do talvez maior ídolo do esporte brasileiro, coube a ele manter o nome do Brasil no automobilismo de alta performance que é a Fórmula 1. Sua principal oportunidade nesse esporte veio com sua contratação pela Ferrari, mas veio acompanhada também da disputa interna com o maior campeão de todos os tempos, sete vezes campeão mundial, Michael Schumacher, colocando sua atuação na equipe em segundo plano. Sua imagem é comumente associada ao fracasso, tanto que há alguns anos um programa humorístico criou um personagem com o nome “Rubens Pé de Chinelo” baseado nele.
Que tipo de exemplo positivo Rubens Barrichello pode dar diante de todos esses fatos? Bem, fala-se aqui de um piloto que nunca foi campeão mundial, nem ao menos ganhou alguma corrida no GP do Brasil, além de ter corrido um grande risco de não ser contratado no ano de 2009 por nenhuma escuderia da F1, sendo incorporado a uma nova equipe chamada Brown GP de última hora por mostrar a impressionante vontade em continuar correndo.
Então, o importante seria realmente competir?! Nunca entendi direito essa frase, isto é, nunca acreditei direito naquilo que ela diz. O que a gente quer é ganhar e sempre pensei que priorizar a participação numa competição em detrimento da vitória é argumento usado para perdedores.
Hoje, dia 17/10/09, sábado, Rubens Barrichello é pole position do GP do Brasil, numa corrida de classificação simplesmente genial, mostrando uma capacidade em último grau e de muita perícia. Amanhã é capaz de ser pela primeira vez o vencedor em Interlagos. Mas o curioso é que a classificação bem-sucedida e a provável vitória no domingo são apenas um detalhe. O fantástico, presente em toda a história de Rubinho, é a sua evidente paixão pelo esporte e pelo Brasil e acima de tudo, nunca ter desistido, pois acreditou em si quando ninguém mais acreditava, correu esses anos todos defendendo o nosso país sem nenhum apoio popular. Ganhar é importante, mas Rubinho me fez entender que competir sem condições favoráveis nos leva à superação, e aí já está presente a grande e verdadeira vitória.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quando o errado parece certo

Encontrei a esses dias um amigo querido que há muito não via, e na conversa que tínhamos naquela ocasião, eu perguntei como andava sua faculdade de economia, pelo que fui respondido da seguinte maneira que mais ou menos reproduzo abaixo:
— Anda meio atrasada por motivo de umas coisas aí...
— Ah é?!
— Sim, coisas amorosas.
— Chegou a trancar e tudo?
— É.
— Rs... Você trancou a facul por causa de uma garota?
— Foi, mas a gente não tá mais junto.
— Liga não, eu acho que você fez bem.
Não que a rigor esteja certo alguém trancar uma faculdade porque de algum jeito uma relação amorosa precisa ser priorizada em detrimento do estudo da economia ou de qualquer outro curso de graduação, entretanto, saber que alguém ainda está disposto a abandonar “tudo” por amor, alenta um coração bobo como o meu.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O óbvio

Olimpíada é Rio em 2016. Posso até estar figurando o papel daquele que é “do contra”, e não faço questão nenhuma de parecer outra coisa, mas ei, pessoal! é clichê e ainda assim deve ser dito: tem muita coisa a ser feita que é prioridade, e o papo de que “o transporte vai melhorar com a olimpíada”, “a segurança vai melhorar”, etcetera e tal, não pode ser usado como argumento, porque tudo isso já deveria estar melhor por obrigação e responsabilidade governamental. Os únicos beneficiados pelas olimpíadas de 2016 são os donos de empreiteiras e os que podem tirar algum proveito político ou financeiro das inúmeras obras realizadas tudo com dinheiro nosso (não tomamos consciência cultural disso ainda, como ocorre nos EUA). Por fim, as olimpíadas trarão algum entretenimento aos que podem pagar um ingresso para assistir a um evento esportivo na cidade, isto é, a nós, classe média que só sabe olhar o próprio umbigo.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Amor à camisa

Muito se diz sobre os jogadores de futebol no Brasil não terem mais o que se chama de “amor à camisa”. Fazendo uma comparação com o passado, não é difícil lembrar de jogadores que tinham a camisa do clube que defendiam como sua verdadeira pele. A ideia que se tem de Zico é indissociável de Flamengo, assim como o Júnior capacete. Do mesmo modo é a relação entre Dinamite e o Vasco, e pra falar de exemplos mais recentes, Danrlei e o Grêmio, São Marcos e Palmeiras, Rogério Ceni e São Paulo...
É verdade que o futebol cada vez mais mostra cenas de alguma maneira grotescas, como é o caso que me vem à mente agora: Carlinhos Bala que já foi ídolo do Sport, mas hoje joga no seu grande rival, o Náutico. Mas acredito que boa parcela da culpa nesse troca-troca é dos próprios clubes, já que atolados em dívidas vendem até a alma por alguns trocados, quanto mais jogadores que possuem um pequeno peso na tomada de decisão no que se refere a seu próprio destino. Ainda para embasar a teoria que o caso não é de falta de amor à camisa, há pouco tempo, os jornais estampavam em seus cadernos esportivos o volante Christian, que vendido ao futebol turco pelo Corinthians, se emocionava ao dar sua entrevista de despedida. Outro exemplo foi o que eu assisti hoje no Globo Esporte: o atacante do Vasco Alan Kardec chorando porque foi emprestado ao Internacional.
Logo, eu creio que “amor à camisa” ainda há sim, e desconfio que é isso que tem salvado um pouco os times brasileiros, como o Flamengo, que manteve o excelente volante Ibson por mais tempo que o esperado; que recebeu o reforço dos atacantes Adriano e Emerson (esse último já vendido a um time árabe) por motivos óbvios: a vontade que os mesmos têm em jogar pelo time de coração, porque infelizmente os times daqui não possuem outros atrativo$.

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sábado, 8 de agosto de 2009

J. Borges, o alquimista da madeira


Essa imagem aí é uma xilogravura de José Francisco Borges (J. Borges) que ele intitulou de Lua de mel de matuto. Ilustrador de inúmeros cordéis, alguns de sua própria autoria, essa xilo é a que eu mais gosto das que ele fez. Dá pra perceber todo o cuidado dedicado à representação pretendida através, por exemplo, dos detalhes delicados do sutien pendurado na árvore ou a beleza do casal nu se amando, imagem que só se realiza na nossa imaginação, já que a cena em si ocorre implicitamente atrás do burrico. Há outros detalhes, como as folhas da árvore num efeito lindíssimo e a serpente remetendo ao pecado original, o que particularmente me remete, na verdade, ao amor original. Graças ao Acaso (com letra maiúscula por se tratar ao meu ver de uma entidade divina e provedora), na sexta tropecei e caí de cara numa exposição do J. Borges na Caixa Cultural. Bem simples e bem precisa, ou seja, uma exposição de muito bom gosto e esclarecedora de uma linha cultural pouco contemplada. Pena terminar no dia 09/08 (segunda). Abaixo, outras xilos presentes na exposição:

Serviço:
CAIXA Cultural Rio [Unidade Almirante Barroso]
Avenida Almirante Barroso, 25 - Centro
(21) 2544-4080
De 3ª a 6ª feira, das 10h às 22h; Sábado, domingo e feriado, das 10h às 21h
Entrada franca.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Devagar com a louça


Já há algum tempo que entre o Leo Moura e a torcida do Flamengo existe um certo climão. Isso ficou mais claro principalmente nos últimos dois jogos (respectivamente contra o Atlético mineiro e o Náutico) em que fez um gol em cada jogo e comemorou num tom de desabafo, chegando à ofensa quando marcou o gol de empate no jogo com o Náutico. É... Leo Mora não começou ontem no futebol, e sabe que uma boa parte da torcida gosta mesmo de vaiar jogador que não apresenta o rendimento esperado dentro de campo; algo que só se justificaria quando fica evidente que o jogador faz corpo mole e não mostra vontade em jogar (o que não acredito ser o caso do lateral). Mas tem torcedor que é assim mesmo e isso vai sempre existir, reclamam mais que apoiam. Mas se virar pra torcida ofendendo aos palavrões e cheio de gestos expansivos é generalizar, colocando no mesmo balaio aqueles que apenas ficam apreensivos e esperançosos em ver o eficiente futebol do camisa 2 voltar a servir a nação rubro-negra.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os pop stars da arte

Não sei absolutamente nada sobre arte plástica, apenas conheço a capacidade que uma boa obra possui de nos tocar. Acho bonito mesmo, sabe! Descobri essa capacidade ao me deparar com uma obra de um tal surrealista Giorgio De Chirico há muito tempo atrás numa exposição no CCBB. Tem algumas telas que provocam a gente de alguma maneira intensa. A partir daí surgiu em mim algum interesse pelo assunto.
Foi então que fiquei sabendo que a cidade (Rio de Janeiro) receberia a exposição Jazz do artista Henri Matisse no museu Chácara do Céu. Putz! Pra mim é como se ficasse sabendo que a turnê do Guns N' Roses viria ao Brasil para fazer um show no Rio. Não que eu seja fã dessa banda, ou que ela está na minha lista das 10 mais, mas não posso negar sua importância e que Sweet Child O' Mine e Welcome to the Jungle são boas músicas; a ideia aqui é comparar o grau de oportunidade que é a presença de uma exposição de um artista tão renomado quanto Matisse.
Pra completar, o CCBB no final do mês de junho abriu uma exposição intitulada Virada Russa, com artistas russos ligados à vanguarda do início do século XX, dentre eles o Kandinsky. E esse, meus queridos, é pra mim o Michael Jackson da arte abstrata. Mas tem também obras de Chagall, Maliévitch, Goncharova, entre outros.
Eu visitei as duas exposições e realmente valem muito a pena. Tudo praticamente 0800.

O serviço:

HENRI MATISSE no Museu Chácara do Céu, todos os dias exceto terças, das 12h às 17h. R$2, mas quartas-feiras grátis. Até 30/08.


(O palhaço; coleção Jazz de Henri Matisse)




VIRADA RUSSA no CCBB de terça a domingo, das 9h às 21h, 1º andar. Grátis todos os dias. Até 23/08.

(São Jorge; Wassily Kandinsky)



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Será que roubaram a minha ideia?

Há um tempo atrás, ouvindo uma música da Legião Urbana, me peguei pensando o seguinte: por que cargas d’água ninguém fez ainda nenhum filme baseado na música Faroeste Caboclo?!
Pô!, me parece óbvio, já que a narrativa presente na música imprime claramente as cenas da vida errante de João de Santo Cristo ao passo que ouvimos as suas aventuras épicas. Cheguei a compartilhar a minha indignação pela ausência desse registro cinematográfico com uma amiga que soltou o decisivo apoio: “puxa, é mesmo!”. Me senti o descobridor de uma terra já conhecida,mas nunca antes visitada.
Puro engano meu achar que era exclusividade minha pensar em fazer um filme de uma música tão naturalmente dramática como essa que Renato Russo escreveu. No último domingo, assistindo ao programa Conexão Roberto D’ávila com o entrevistado Paulo Lins, descobri que o mesmo já vem escrevendo o roteiro de Faroeste Caboclo – a trajetória de João de Santo Cristo, um filme de René Sampaio, com atuações de Lázaro Ramos, Wagner Moura e Leandra Leal. Agora é esperar e ver como vai ficar.